4.02.2011

Who cares, baby?

“Eu não entendo aonde você quer chegar. Será que é isso mesmo? Ou será que é um sonho? Por favor, permaneça ao meu lado. Todo o momento parece ser certo com você aqui por perto.”
Lembro-me bem, era outono quando estávamos sentados longe um do outro. Eu comendo e você rodeado de amigos. Você me olhou e sorriu de canto. Eu arrumei meus óculos e virei o olhar para minha macarronada, completamente envergonhada.
Inverno chegou. Nos encontramos no supermercado. Você fazendo palhaçadas com o ketchup com sua mãe e eu indo comprar comida para o cachorro com meu pai. Nosso olhar se cruzou mais uma vez. Mas foi o suficiente para eu poder mergulhar naquela imensidão azul.
Primavera. Gisele, uma amiga nossa em comum, nos convidou para sua festa de aniversário. Eu meio desajeitada, sabia que ele estaria lá, tentei ir com meu melhor vestido, mas ainda sendo eu mesma. Chegando lá, tinham garotas muito mais bonitas na festa.  E eu com aqueles óculos feios e um tênis básico. Fui falar com Gi. Pedir desculpas, porque não estava me sentindo bem naquele lugar. Até que ouvi alguém atrás de mim dizer, “Com licença, me concede essa dança?” Logo virei para Gi, e fiz um sorriso de ‘tudo bem, pode ir e me deixe aqui falando com o nada’.
Virei para trás, era ele.
Ainda mais cheiroso de perto, e aquele sorriso de canto. Droga, aquele sorriso de canto que me encanta! – pensei – e ele estendendo a mão para mim com uma sobrancelha levantada. Era um sonho? Eu nem sabia o nome dele e ele muito menos o meu. E dançar? Eu nunca fui de dançar em público. Só no meu quadrado que chamo de quarto. Mas enfim, era uma chance única para conhecê-lo.
Hesitei uma vez e ele insistiu, encantadoramente. Até que então, desisti e fomos para o meio da pista de dança.
Começou com uma música meio anos 70, estávamos nos divertindo e rindo. Ele fazendo palhaçadas e várias coreografias e eu tentando acompanhar o passo dele. Posso parecer uma idiota, mas eu sou a única dançando com ele e aquele belo par de olhos azuis.

Gabriela Reis.

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